Refrigerante é um daqueles produtos que já fazem parte da tradição familiar. No Brasil, estima-se que cada habitante consuma em média cerca de 80 litros por ano, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas Não Alcoolicas (ABIR).
A indústria de bebidas não alcoólicas emprega 65 mil pessoas e chega a movimentar cerca de 2 bilhões de reais anualmente, sendo responsável por 3% do nosso PIB. No Paraná, o setor de bebidas e alimentos tem a maior participação no faturamento do setor industrial de valor agregado do estado, com 21,5%. Segundo pesquisa do Kantar Ibope*, somente na capital o consumo de refrigerante é muito representativo: 82% dos curitibanos consomem a bebida regularmente; sendo que 23% dos curitibanos consomem refrigerante diet/light/zero açúcar.
A sazonalidade é uma das principais características do mercado de alcoólicos e não alcoólicos, com maior <a href="http://www.deolhonomercado.com.br/economia/no-litoral-promocoes-e-atracoes-para-agitar-a-alta-temporada/" target="_blank" rel="noopener">consumo concentrado nos meses de verão</a>. Mas, assim como os demais setores da nossa economia, as indústrias de bebidas também preveem grandes desafios para este ano.
<h2>Marcas paranaenses lutam por espaço</h2>
Em 2013, segundo dados do BNDES, apenas duas fabricantes de refrigerante respondiam por 78% do volume total da bebida vendida naquele ano. Cenário que, de lá pra cá, se alterou pouco. Nos últimos dez anos, várias marcas regionais que disputavam espaço no mercado, foram incorporadas às grandes companhias, o que significou uma perda considerável da competitividade do setor. Não por acaso, um dos grandes debates do<a href="http://www.deolhonomercado.com.br/economia/tim-tim-segmento-de-bebidas-se-prepara-para-o-fim-do-ano/" target="_blank" rel="noopener"> setor de bebidas</a> tem sido descobrir como dar fôlego às pequenas marcas em um mercado acirrado e que, a cada ano, recebe mais tributações.
<figure id="attachment_3872" aria-describedby="caption-attachment-3872" style="width: 375px" class="wp-caption alignleft"><a href="http://www.deolhonomercado.com.br/wp-content/uploads/2016/02/RPC-Refrigerantes-Fernando-Bairros.jpg"><img decoding="async" loading="lazy" class="size-full wp-image-3872" src="http://www.deolhonomercado.com.br/wp-content/uploads/2016/02/RPC-Refrigerantes-Fernando-Bairros.jpg" alt="No Paraná, o setor de bebidas emprega cerca de 3 mil pessoas. A estimativa é que as industriam faturem cerca de 200 milhões por ano no nosso estado" width="375" height="500" /></a><figcaption id="caption-attachment-3872" class="wp-caption-text">No Paraná, o setor de bebidas emprega cerca de 3 mil pessoas. A estimativa é que as indústriam faturem cerca de 200 milhões por ano no nosso estado. Quem explica é Fernando Bairros, presidente da AFREBRAS</figcaption></figure>
No Paraná, por exemplo, existem 16 fabricantes de refrigerantes de marcas locais. Na década de 2000, eram quase 40 empresas, que respondiam por 33% do volume de vendas da bebida no estado. Hoje, não chega a 10%. Segundo Fernando Bairros, presidente da Associação dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil (AFREBRAS), muitas <a href="http://www.deolhonomercado.com.br/inovacao/criatividade-e-empreendedorismo-em-pequenos-negocios-inspire-se/" target="_blank" rel="noopener">fabricantes locais</a> têm reagido a este movimento de absorção, oferecendo aos consumidores produtos que as grandes marcas não conseguem trazer ao mercado. Para as companhias maiores, é difícil introduzir, por exemplo, sabores diferentes em seu leque de produtos.
As pequenas fabricantes têm esta característica no DNA, como explica Bairros. E cada região do país tem uma preferência. “Em São Paulo, o sabor maçã é bastante procurado. Em SC, vemos a laranjinha. No Paraná, os sabores framboesa e tutti-fruti. E os preços praticados são menores em relação às grandes marcas”, conta. 
É aí que entra a oportunidade. Com a migração do consumo derivado da crise, o público tem tentado <a href="http://www.deolhonomercado.com.br/comportamento/paranaense-esta-pesquisando-mais-na-hora-de-encher-o-carrinho/" target="_blank" rel="noopener">encontrar alternativas de compra </a>influenciadas não tanto no apelo de marca, mas visando o <a href="http://www.deolhonomercado.com.br/economia/marcas-populares-investem-em-custo-beneficio-para-conquistar-mercado-em-2015-2/" target="_blank" rel="noopener">melhor custo-benefício</a>. Com isso, explica Bairros, as fabricantes de refrigerantes locais têm a oportunidade de voltar à casa deste consumidor que quer gastar menos.
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<h2>Gold Scrin: marca aposta em tradição no interior do estado</h2>
A Gold Scrin, primeira indústria de Cianorte, é uma das fabricantes que segue esta <a href="http://www.deolhonomercado.com.br/comportamento/o-futuro-nao-tao-distante-do-consumo-parte-1/" target="_blank" rel="noopener">tendência de consumo</a>. Paulo Roberto Pagani, um dos proprietários, conta que o público da marca tem mudado em alguns aspectos a forma de consumir. Por isso, a Gold Scrin tem reagido com agilidade a essas variações de preferência. “As famílias menores querem consumir produtos menores também para evitar o desperdício. <a href="http://www.deolhonomercado.com.br/economia/diretor-da-ipc-fala-sobre-o-potencial-de-consumo-do-parana/" target="_blank" rel="noopener">Outra tendência </a>que temos visto é o uso específico dos vasilhames. Agora, este produto tem um caráter de consumo imediato em locais como <a href="http://www.deolhonomercado.com.br/comportamento/o-que-vem-depois-dos-food-trucks-pode-ser-o-antirrestaurante/" target="_blank" rel="noopener">bares e restaurantes</a>”, explica Pagani.
<figure id="attachment_3886" aria-describedby="caption-attachment-3886" style="width: 750px" class="wp-caption aligncenter"><a href="http://www.deolhonomercado.com.br/wp-content/uploads/2016/02/RPC-Refrigerantes-Gold-Scrin-Paulo-Roberto-Pagani.png"><img decoding="async" loading="lazy" class="wp-image-3886 size-full" src="http://www.deolhonomercado.com.br/wp-content/uploads/2016/02/RPC-Refrigerantes-Gold-Scrin-Paulo-Roberto-Pagani-e1456323634223.png" alt="RPC Refrigerantes Gold Scrin Paulo Roberto Pagani" width="750" height="326" /></a><figcaption id="caption-attachment-3886" class="wp-caption-text">Tubagold, da Gold Scrin, foi eleita a segunda melhor tubaína do Brasil. Ao meio, Paulo Pagani recebe prêmio da AFREBRAS, em 2013</figcaption></figure>
O principal mercado da marca se concentra no norte e noroeste do estado e o produto mais consumido é o Tubagold, que tem sabor de tutti-fruti. Em 2013, o produto foi eleito o segundo melhor refrigerante na categoria tubaínas do Brasil pela AFREBRAS. “Este é o nosso carro-chefe. Ano passado, passamos a comercializar água também. A ideia é ter outras marcas de apoio atreladas ao nosso principal produto para ganhar mercado”, acredita.
As empresas de menor porte, fabricantes das chamadas “tubaínas”, atendem à demanda próxima de suas fábricas pela facilidade de distribuição e pelo forte apelo cultural que essas marcas têm com a região de origem. “A Gold Scrin faz parte das famílias do interior do nosso estado. Estamos apostando na tradição da nossa marca para continuar a crescer”, finaliza Pagani.
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*Fonte: Kantar Ibope Media- TGI (Banco: BrY16w1+w2 (Ago15-Set15)V1.0 – Praça Curitiba).

DeOlhoNoMercado, o blog da RPC, Afiliada Globo. Entrevistas e matérias sobre mercado, setores, boas práticas, tendências, comportamento e consumo no Paraná.