<p>Em 1972, a Organização das Nações Unidas (ONU) criou o Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado no dia 5 de junho em todo o mundo. De lá pra cá, além de fomentar os debates sobre impactos ambientais que comprometem a saúde do planeta, a data passou a fazer parte do calendário de muitas marcas e instituições.</p>
<p>É assim com a indústria da moda, que tem um papel muito relevante nesse cenário e hoje trabalha cada vez mais focada em sustentabilidade, redução dos impactos ambientais e produção consciente.</p>
<h4><strong>Evento internacional questiona o sistema produtivo</strong></h4>
<p>Foi com a preocupação de ampliar esse debate sobre moda sustentável que surgiu o Fashion Revolution Day.  Celebrado em 24 de abril, <a href="https://deolhonomercado-old.stagingsite.pro/marketing/mindset-total-marcas-e-consumidores-nunca-estiveram-tao-proximos/" target="_blank" rel="noopener noreferrer">o movimento incentiva os consumidores a questionarem as marcas </a>sobre quem faz suas roupas. “O sistema dominante hoje no mundo da moda prioriza a produção em larga escala com custos muito baixos. Esse é o famoso fast fashion, que está muito longe de ser sustentável”, explica Patrícia Gaspar, professora de moda na Universidade Santa Marcelina em São Paulo e pesquisadora.</p>
<p><a href="https://s3.amazonaws.com/deolhonomercado-prd/deolhonomercado/wp-content/uploads/2018/05/RPC_Patricia-Gaspar_edit.jpg"><img decoding="async" loading="lazy" class="alignleft size-full wp-image-13405" src="https://s3.amazonaws.com/deolhonomercado-prd/deolhonomercado/wp-content/uploads/2018/05/RPC_Patricia-Gaspar_edit.jpg" alt="" width="197" height="189" /></a>Em contraponto, o slow fashion surge como possibilidade de mudanças mais conscientes. “O localismo é um movimento que valoriza a produção local e a proximidade entre o designer e o consumidor final. Utiliza redes de fornecedores próximos da produção e do consumo, com matérias primas encontradas nas próprias regiões produtivas. É aí que vemos mais possibilidades de realizar uma moda mais sustentável”, indica Patrícia.</p>
<p>Um dos maiores <a href="https://deolhonomercado-old.stagingsite.pro/marketing/nossa-biblioteca-virtual-e-books-para-conhecer-melhor-o-mercado-paranaense/" target="_blank" rel="noopener noreferrer">desafios para a expansão de negócios</a> de moda locais e mais sustentáveis é o apelo junto ao consumidor final. “Os jovens designers precisam tornar visíveis os diferenciais de sustentabilidade de suas peças. É preciso desenvolver diferenciais de identidade de marca, na estética das peças e nos meios de produção. Uma boa comunicação irá trazer esse valor agregado aos produtos”, indica a pesquisadora.</p>
<h4><strong>Criatividade e dedicação a serviço da sustentabilidade</strong></h4>
<p>Em Curitiba, diversas marcas autorais buscam trabalhar os conceitos de slow fashion. Dois exemplos são marcas que ocupam o coletivo Casa 102, no Centro Histórico da cidade. A Oficina da Gasp produz calçados de forma artesanal, com tecidos reaproveitados e de menos impacto. A Farrapo Upcycling Couture produz peças inovadoras e contemporâneas com o uso de peças usados ou sobras de tecido da indústria.</p>
<p><a href="https://s3.amazonaws.com/deolhonomercado-prd/deolhonomercado/wp-content/uploads/2018/05/RPC_Kamila-Olstan_.jpg"><img decoding="async" loading="lazy" class="alignleft size-full wp-image-13397" src="https://s3.amazonaws.com/deolhonomercado-prd/deolhonomercado/wp-content/uploads/2018/05/RPC_Kamila-Olstan_.jpg" alt="" width="197" height="189" /></a>Essas mudanças no processo produtivo <a href="https://deolhonomercado-old.stagingsite.pro/comportamento/atencao-marcas-vamos-falar-com-a-geracao-z/" target="_blank" rel="noopener noreferrer">agregam valor aos produtos</a> e fazem muita diferença para o meio ambiente. A designer Kamila Olstan, da Farrapo, conta que o garimpo de tecidos recuperados de outras peças é o ponto de partida para a criação. “Hoje eu trabalho com resíduos de outras marcas e tecidos de reuso do Banco de Tecido. São eles que me guiam na hora de produzir uma coleção”, explica.</p>
<p>Como o conceito ainda é novo, Kamila explica que é necessário sempre apresentar a marca e contar cada detalhe para que os clientes reconheçam o valor de uma peça única e mais sustentável. “Isso já está dando resultado, afinal todos estão procurando algo diferente e mais ético hoje em dia”.</p>
<p>Nesse processo de constantes mudanças em prol do meio ambiente e da sustentabilidade, é fundamental a <a href="https://deolhonomercado-old.stagingsite.pro/economia/a-nova-cara-do-pao-fresquinho-mais-saudavel-mais-saboroso-e-mais-vendido/" target="_blank" rel="noopener noreferrer">disseminação de informação para gerar consumidores mais conscientes</a>. “O debate e a participação de vários atores como professores, alunos, designers e parceiros está se fortalecendo. Hoje as marcas não têm opção, já devem nascer mais éticas e sustentáveis se quiserem sobreviver”, finaliza.</p>
<h4>Vamos juntos pensar em agregar valor ambiental às marcas? #DeOlhoNoMercadoRPC</h4>
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DeOlhoNoMercado, o blog da RPC, Afiliada Globo. Entrevistas e matérias sobre mercado, setores, boas práticas, tendências, comportamento e consumo no Paraná.