O consumo de áudio sob demanda nunca atingiu patamares tão elevados: quatro em cada dez brasileiros (43%) ouvem rádio online, música na internet ou podcast. É o que destaca a segunda edição do Data Stories, divulgada em setembro pela Kantar Ibope Media.

Jovem ouvindo conteúdo em áudio no headphone e usando o celular — Consumo de áudio no Brasil abre oportunidades imperdíveis para marcas e empresas que querem se aproximar do público-alvo.

Impulsionado pela aceleração da adoção tecnológica na pandemia, o consumo de áudio digital passou a fazer parte do dia a dia de muitas pessoas. E como toda tendência, abre um leque de oportunidades valiosas para os negócios. Uma chance para marcas que pretendem investir em formas criativas e diferenciadas de se conectar com o público-alvo.

O que move este mercado? Por que as pessoas buscam esses tipos de conteúdos e quais os temas favoritos dos ouvintes do chamado Audio on Demand (AoD)?

Continue neste post para saber mais sobre os bastidores do consumo de áudio sob demanda no Brasil e o case de um curitibano que criou um podcast inédito de comunicação que mescla humor, informação e mercado.

O consumo de áudio sob demanda em números

Por mais que os serviços de áudio sob demanda se dividam entre pagos e gratuitos, mais da metade do público ouve ambos.

Confira os principais dados sobre consumo de áudio sob demanda de acordo com a segunda edição do Data Stories:

51% ouve ambos
40% prefere a versão gratuita
E 14% opta pelos serviços de streaming por assinatura

A importância da música no streaming

Considerada ainda como a principal impulsionadora da demanda pelos serviços de áudio sob demanda, a música tem um peso considerável para grande parte dos usuários:

62% dos ouvintes de serviços de áudio sob demanda afirmam que a música é uma parte importante da vida
De 2017 a 2020, os brasileiros passaram a ouvir 58 minutos a mais de música semanalmente em serviços de streaming musical
Pop internacional, rock internacional, pop nacional, sertanejo e samba/pagode são os gêneros mais buscados pelos ouvintes

Vantagens do consumo de áudio sob demanda

Entre as principais vantagens do consumo de áudio sob demanda, os destaques vão para a autonomia do ouvinte, que pode controlar o que ouvir na palma da mão. Mas a simultaineidade com atividades do dia a dia e acesso offline também são benefícios mencionados no Data Stories.

64% dos usuários usam o serviço de áudio sob demanda porque podem ouvir, pausar e recomeçar a música a qualquer momento. Já 42% porque podem ouvir as música offline.

Oportunidade para marcas que querem anunciar

Por mais que ouvir conteúdo sem interrupção seja outra vantagem lembrada por 48% dos usuários de serviços de áudio sob demanda pagos, a maioria dos usuários usam a versão gratuita. E não pretendem mudar para a opção paga. Uma oportunidade interessante para marcas que querem anunciar nessas plataformas.

Podcasts em alta

Considerado o segundo maior mercado de consumo de podcasts no mundo, o Brasil vem se consolidando como um terreno fértil para a produção desse formato de conteúdo. Com um público fiel, os podcasts oferecem assuntos variados de games a culinária.

Microfone — Podcast é um dos impulsionadores do consumo de áudio no Brasil.

Ainda segundo os dados da pesquisa da Kantar Ibope Media:

34% dos ouvintes de serviços de áudio sob demanda escutam podcasts
61% escutam podcasts para se aprofundar em assuntos que gostam
64% ouvem podcasts enquanto estão em casa fazendo outras atividades
Gerações Z e Y gostam mais de podcasts com temas geek e nerd, enquanto que os Baby Boomers preferem notícias e séries em áudio
Entretenimento, humor, estilo de vida e saúde são os gêneros mais ouvidos

B2B Cast: com irreverência e humor de sobra, podcast traz convidados do mercado de comunicação para falar sobre bastidores e business

De olho na oportunidade de mesclar entretenimento e humor a assuntos relacionados à comunicação, o creator curitibano Sandro Rodrigues se juntou a um time de peso para idealizar o podcast B2B Cast. O programa semanal, que já recebeu convidados como Diogo Portugal, Doctor Rey, Otávio Mesquita e Werley Santana, é apresentado por ele e por outros conhecidos nomes do mercado publicitário, como Manu Maciel, Taiguara Torro e Zé Luiz Martins.

O podcast está disponível em todas as plataformas digitais como Anchor, Breaker, Google Podcasts, Overcast, Pocket Casts, RadioPublic e Spotify.

Em entrevista ao blog, Rodrigues fala sobre os desafios de empreender neste mercado, além dos bastidores do aumento do consumo de áudio no Brasil. Confira na íntegra!

Como surgiu a ideia de criar o B2B Cast?

Em uma conversa com o Zé Luis Martins, que é um grande amigo meu, foi diretor de criação da África durante muitos anos e hoje tem uma produtora de conteúdo em São Paulo.

A ideia inicial era trazer convidados que são do ambiente midiático ou que estão no backstage e de outras áreas para falar de business, mercado e bastidores. Foi assim que me veio o gatilho mental do B2B e transformamos o famoso ‘business-to-business’ em ‘bastidores e business’.

Em meados de maio, fizemos as primeiras gravações e aí o programa foi tomando forma. A gente trouxe o Warley Santana, ex-CQC, que é um excelente comunicador, e priorizamos perguntas sobre publicidade, sobre o mercado. Deixamos para falar da história do CQC depois. E o primeiro programa foi muito legal. Ali a gente encontrou a fórmula dele, fazendo um roteiro de como imaginávamos que a conversa iria fluir do início ao fim.

Depois, nós chamamos o Sérgio Prandini, que foi diretor de criação de campanhas das Casas Bahia, e a conversa também fluiu legal. Foi mais mercadológica. Assim, fomos percebendo que os bastidores e o business realmente precisavam dessa mescla entre perguntas técnicas e de bastidores.

Quais os desafios de conseguir trazer um podcast inédito sobre bastidores e business em um cenário cada vez mais competitivo?

Nosso principal desafio é conseguir trazer à tona curiosidades, histórias inusitadas e ao mesmo tempo relevantes e com um toque de humor dos nossos convidados. Tentamos ir além das perguntas mais comuns de uma entrevista para descobrir mais sobre quem são as pessoas que estão por trás da forma pela qual são conhecidos no mercado.

Na entrevista com o Diogo Portugal, conseguimos conhecer o lado empreendedor do humor e o processo criativo dele. Foi uma das poucas entrevistas que ele mostra um lado que pouquíssimas pessoas conhecem, como empreendedor do humor. Ele faz do riso um grande negócio. E a conversa com ele foi muito pautada nisso, de como funciona o processo criativo e como transformar esse processo em algo tangível para agências e empresas.

B2B Cast é um podcast semanal que fala sobre bastidores e business com bom-humor e irreverência. Crédito: Anchor.

Com o Warley Santana, tivemos uma aula de ventriloquismo. E com o Doctor Rey, muita polêmica sobre suas convicções políticas, mas de uma forma muito bem humorada. Acreditamos que mostrar o lado que poucos conhecem de cada entrevistado e como se inserem ao ambiente de business e bastidores é que dão um toque especial ao B2B Cast.

O consumo de conteúdo em áudio vem crescendo consideravelmente no Brasil. Por quais razões você acredita que tem acontecido esse movimento?

O conteúdo em áudio é muito fácil de ser consumido. Sua grande vantagem é a simultaneidade. Então, você pode ouvir um podcast, por exemplo, enquanto realiza outras atividades do dia a dia, anda na esteira ou está dirigindo. Os ganhos são para o ouvinte e creator. E isso acaba despertando uma relação de proximidade que torna o consumo de áudio algo cada vez mais familiar.

Outro ponto que é importante lembrar é que hoje o usuário está cada vez mais ativo dentro do processo de tomada de decisão. Ele mesmo vai atrás do que quer ouvir e quer ter controle sobre o que consumir. Neste cenário os podcasts se destacam porque têm poucas interrupções e geralmente são mais nichados.

E para as empresas, o que é possível afirmar que elas ganham ao produzir conteúdo dentro desse novo formato?

Com os serviços de áudio sob demanda as empresas podem se aproximar ainda mais do público-alvo, gerar novas oportunidades de negócios e parcerias. Conseguem até mudar a forma com a qual são vistas pelo mercado, dando um tom muito mais humano à conversa com o consumidor.

Muitas, inclusive, podem começar a produzir esse tipo de conteúdo internamente sem que seja preciso contratar uma agência, por exemplo. Basta ter um roteiro de qualidade, ideias criativas, relevância, disponibilidade para lançar esse conteúdo dentro de uma determinada frequência e, claro, uma boa dose de humor.

Qual conselho você daria para uma empresa que percebeu o crescimento da demanda pelo áudio digital e quer começar a explorar esse novo formato de conteúdo?

O meu conselho para quem quer explorar a produção de conteúdo em áudio é o nosso bom e velho benchmarking, ou seja, muita pesquisa.

Conheça seu público, dê uma olhada para o que já foi produzido no mercado, trace seu roteiro e continue fazendo os ajustes necessários para que o seu projeto ganhe cada vez mais qualidade, relevância e adesão entre a sua audiência.

Quer conferir outros conteúdos exclusivos e insights de mercado, além dos dados sobre o consumo de áudio no Brasil?

Para ter acesso a informações e soluções de comunicação no Paraná, continue navegando pelo blog De Olho No Mercado.

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Conheça as principais curiosidades sobre o consumo de áudio sob demanda no país e a história de um podcast que recebe convidados famosos para falar sobre comunicação, bastidores e business