Londrina, uma cidade em pleno crescimento
Conhecida antigamente como capital do café, a cidade agora se consolida como polo nacional em tecnologia da informação e comunicação
Em 18 de julho de 1975, há 40 anos, a “geada negra” queimou todos os pés de café de Londrina e obrigou os agricultores a erradicarem 100% das plantações devido à destruição no solo da região. A cafeicultura naquele momento era a principal atividade comercial de Londrina, que ficou conhecida como Capital Mundial do Café. A tragédia abalou a estrutura econômica e social da cidade, que precisou reconstruir a sua história e encontrar soluções urgentes para dar novos rumos à economia local.
Apesar das adversidades, a cidade e seus habitantes superaram os obstáculos e hoje Londrina carrega a responsabilidade de ser a segunda cidade do estado com maior Índice de Potencial de Consumo (IPC), a melhor cidade paranaense para investimentos imobiliários, além de ocupar a 18ª posição entre 100 cidades do país melhor conceituadas, em 2015, para despontar no mercado imobiliário brasileiro nos próximos anos.
Mais do que isso: indo na contramão do movimento econômico brasileiro, que tem se retraído nos últimos meses, Londrina tem mostrado que é um grande polo de desenvolvimento. No primeiro trimestre deste ano, foi uma das poucas cidades brasileiras que manteve positiva a balança de geração de empregos. Segundo o Cadastro de Empregados e Desempregados (Caged), Londrina foi a 5ª cidade do país com mais vagas abertas entre janeiro e março deste ano, contabilizando 3.672 novos empregos.
Sinais do desenvolvimento: Londrina subiu no ranking nacional de saneamento
Além disso, segundo dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS-2013), divulgados em maio deste ano pelo Instituto Trata Brasil, Londrina é a 4º do ranking com melhor saneamento do país. No ano anterior, no entanto, a cidade ocupava a 13ª posição. Em um ano, com a mobilização da esfera pública e privada para melhorar a qualidade do saneamento básico e distribuição de água, o município teve um salto de desenvolvimento. Como se pode perceber, Londrina tem se consolidado no cenário nacional pelos excelentes índices relacionados ao desenvolvimento humano e saúde, além de ser pioneira na produção de iniciativas criativas no mercado de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), um dos que mais crescem no país. No Paraná, o índice de crescimento anual do setor chega a 82%.
Se no passado os cafeicultores locais reagiram desacreditados à perda da principal fonte de desenvolvimento da região, agora empresários comemoram a sua própria capacidade de reinvenção e descobrem novas oportunidades de crescimento. Para o consultor do Sebrae, Fabrício Bianchi, o salto de desenvolvimento de Londrina nestes 40 anos, que hoje posiciona-se como a segunda maior cidade do Paraná, não foi obra do acaso, mas, sim, fruto de uma grande mobilização coletiva.
“É em épocas de crise que as empresas se dão a chance de repensar o próprio negócio. Muitas vezes, enquanto os negócios estão prosperando e não há abalos no mercado, os empresários apenas repetem a fórmula que há muito tempo já dá certo, sem se questionarem sobre possíveis possibilidades de inovação. Há dois olhares sobre a crise: o que enxerga um problema e o que enxerga uma oportunidade. Se sai melhor quem opta pela segunda opção”, afirma.
Londrina, a cidade genial
Com o encerramento do ciclo do café, Londrina precisou descobrir a sua nova vocação. Em 2014, a partir da mobilização da esfera privada com apoio da prefeitura e outros órgãos governamentais, empresários do Arranjo Produtivo Local (APL) em parceria com o Sebrae perceberam que havia um grande nicho mercadológico em ascensão na cidade, mas que não recebia a atenção merecida: o mercado da Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC).
“Londrina já era uma referência em desenvolvimento, só precisávamos encontrar uma forma de mostrar isso. Temos um setor de saúde altamente especializado, a construção civil em nossa cidade não para de crescer. Mais do que isso: temos 1.181 empresas de TI e 17 universidades na região do Arranjo, que produzem conhecimento e têm excelência em pesquisa. Temos a Sercomtel, fomos ainda escolhidos entre cinco mil municípios brasileiros para sediar o Instituto Senai de Tecnologia, primeiro empreendimento Senai do ramo. O que mais falta para entendermos que somos geniais?”, questiona Bianchi.
O lançamento do slogan “Londrina, cidade genial”, ano passado, passou a marcar esta nova fase de produção e transformação tecnológica da cidade. Um dos grandes fatores a contribuir com o desenvolvimento da região é o ISS Tecnológico. “Londrina tem se tornado um local atrativo para investimentos. A lei do ISS Tecnológico, regulamentada em 2011 pela prefeitura, vem confirmar isso: passamos a beneficiar empresas londrinenses, da área de serviços e tecnologia, cedendo parte do fundo monetário que seria recolhido em Imposto Sobre Serviço (ISS) para que os empresários reinvistam em tecnologia”, explica o Diretor de Ciência e Tecnologia, Pedro Granja, da Companhia de Desenvolvimento de Londrina (Codel).
Os valores cedidos podem ser usados para aquisição de equipamentos e capacitação profissional, mas a empresa que deseja receber os recursos precisa estar instalada em Londrina há, no mínimo, seis meses. Além disso, as empresas que forem contempladas podem conseguir abater entre 10% e 40% do valor do Imposto Sobre Serviços (ISS) deduzido nos últimos 12 meses. Após a aprovação do projeto, a empresa tem o prazo de um ano para utilizar os recursos. Em 2014, cerca de R$ 500 mil reais foram utilizados do fundo do ISS Tecnológico por 14 empresas que tiveram seus projetos aprovados.
Com isso, a cidade incentiva a geração de empregos, o aumento da competitividade das empresas e o desenvolvimento tecnológico municipal. O programa quer aumentar a competitividade por meio da inovação não somente com aquisição de soluções em Tecnologia da Informação (TI). “O programa deixa de ter um viés regional. Os projetos submetidos estão ligados à tecnologia da informação, mas essa área tem uma transversalidade grande: empresas de quaisquer ramos precisam de tecnologia para se desenvolver, até mesmo o agronegócio. O ISS Tecnológico é inovador porque dá mobilidade para as empresas crescerem de forma sustentável, reinvestindo valores. É uma forma de apoiar a economia local. Um empresário que pensa hoje em abrir uma empresa já coloca Londrina em sua rota de possibilidades porque sabe que aqui vamos apoiá-lo, pois terá incentivos fiscais muito atrativos”, finaliza Bianchi.
Parabéns ao povo de Londrina, um exemplo para o Brasil. Sò a educação ,o trabalho, invocação tecnológica, e a força de um povo tem a capacidade de superar crises e mudar um país tão complexo e multirracial como o Brasil. Comparo Londrina com a querida cidade ANANINDEUA no Pará ; pelo número de habitantes, todavia, São díspares em desenvolvimento, não por culpa daqueles bravos paraenses, mas, por falta de investimento e omissão principalmente do governo central. O povo de Londrina serve incentivo em acreditar no Brasil que dá certo. Professor José orlando.
Olá. Poderia me informar a origem desses dados e o autor da matéria? Preciso referenciar em um trabalho. Obrigada!