Ano passado, <a href="https://deolhonomercado-old.stagingsite.pro/economia/salvados-conheca-este-modelo-de-negocio/" target="_blank" rel="noopener">produzimos uma matéria sobre salvados que suscitou algumas dúvidas em nossos leitores, muitos deles interessados em empreender no segmento</a>. Como dissemos antes, estes modelos de negócios dedicam-se à comercialização de produtos que foram resgatados, ou salvos, de empresas seguradas de algum sinistro: um incêndio parcial que não danificou toda a mercadoria ou um acidente durante o transporte que leva à indenização total da carga. Que encaminhamento estes produtos recebem? São vendidos por seguradoras e leiloeiros. Então, o segredo do segmento de salvados é a aquisição de seus bens, vendidos aos consumidores a preços extremamente competitivos, até 30% mais baixos que o valor de mercado.
<blockquote>“Aos poucos passou-se a olhar isto como uma oportunidade de negócios”, relembra Giovani Guedes.</blockquote>
Diego Dalagassa, proprietário do SalvaCenter, entrou para o setor negociando exclusivamente com seguradoras, mas logo expandiu seu leque de fornecedores: “Comecei a comprar massa falida ou pontas de estoque de outras empresas, cargas de transportadoras e lotes de leilões on-line”. O proprietário da Mix Outlet, Giovani Guedes, explica que, no passado, produtos indenizados, com pequenas avarias ou remanescentes de estoques de fábricas falidas eram incinerados ou sucateados.
Estas empresas, que se assemelham às lojas de departamento pela diversidade de sua oferta, viram a possibilidade de comprar produtos muito mais baratos e vendê-los ao consumidor final numa excelente relação de custo benefício para os dois lados. Os salvados possuem pequenos danos &#8211; ou nenhum -, são lícitos, usáveis, <a href="https://deolhonomercado-old.stagingsite.pro/comportamento/a-black-friday-esta-chegando-varejo-brasileiro-deve-investir-em-credibilidade/" target="_blank" rel="noopener">vem acompanhado por certificado de garantia, origem e reconhecimento do produto</a>. No caso de mercadorias compradas diretamente de transportadoras, que preferem indenizar a carga a assegurá-la, o comprador recebe o termo de posse sobre o lote.
<h2>O que você precisa saber para entrar no segmento</h2>
Segundo Guedes, o contrato social de uma empresa de salvados é o mesmo para qualquer outro segmento e são necessários, no mínimo, R$ 200 mil para iniciar um investimento. “O problema é que estes contratos são limitados, pois algumas indústrias – no caso de ponta de estoque e compra de produtos com pequenas avarias – não vendem para o setor”, conta. Além disso, os compradores muitas vezes não têm a possibilidade de selecionar os lotes de produtos eletrônicos e eletrodomésticos por modelo, cor ou voltagem. Precisam aceitar o que vem. “Também é necessário estar atento ao valor que se paga: o desconto deve ser de pelo menos 40%, caso contrário não gera lucro”, alerta Guedes.
Dalagassa nos explicou que o relacionamento com seguradoras é inicialmente espinhoso e exige muita dedicação. “O contato com as seguradoras acontece de forma lenta e necessita de muita confiança e bom entrosamento. Estabelecidas estas características, tudo fica simplifica, até a seleção dos produtos”. O caminho mais fácil para comprar lotes de produtos salvados, segundo os proprietários, parece ser através de leilões on-line; apenas um rápido cadastro já dá acesso aos lances virtuais.
<h2>Como funcionam os leilões</h2>
Segundo o leiloeiro da Sodré Santoro, Moacir De Santi, empresas de salvados são recicladoras de produtos oriundos de sinistros, resgatados por seguradoras. Os leilões exercem um papel de intermediário, adquirindo as mercadorias seguradas que, após arrematadas, são revendidas ao consumidor final pelos empreendimentos de salvados. “Nosso papel é estabelecer contrato com as seguradoras e colocar suas cargas nos leilões”, que ocorrem, simultaneamente, online e presencialmente, para todas as pessoas cadastradas no país, numa periodicidade de três vezes por semana.
De Santi esclarece que tudo que é indenizado por seguradoras vai para leilão, exceto produtos de consumo humano direto, como alimentos e bebidas. Estes itens são descartados pela própria seguradora: “Eles apresentam riscos, uma vez que já não estão sob as condições de armazenagem adequadas e possuem prazo de validade”. As outras mercadorias, uma extensa lista, são vendidas em lotes ou individualmente. No caso dos lotes, o comprador deve arrematar os produtos no estado, quantidade e características em que estão disponíveis.
A Sodré Santoro tem parceria com quase todas as seguradoras do Brasil e, de acordo com De Santi, 80% de seus clientes são empresários do ramo de salvados. Guedes e Dalagassa garantem que este <a href="https://deolhonomercado-old.stagingsite.pro/marketing/materializar-os-valores-da-marca-pode-garantir-diferencial-competitivo-para-todos-os-segmentos/" target="_blank" rel="noopener">é um nicho promissor e em grande expansão no país, mas que, como qualquer empreendimento, requer estrutura, bom atendimento ao cliente, suporte técnico e mercadorias de qualidade</a>. “O segmento é muito competitivo e oferece oportunidades de consumo muito vantajosas. Isto agrada o brasileiro, que é conhecido por pechinchar”, finaliza Guedes.

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