Em setembro deste ano, o Google Chrome impactou o sistema de trabalho de diversos veículos, agências e portais ao substituir a ferramenta Flash, da Adobe, pela linguagem em HTML5. A mudança provocou a paralisação de peças e banners publicitários em Flash e despertou a necessidade de readaptação por parte de empresas e negócios no universo virtual.
Por muitos anos o Flash foi a principal <a href="http://www.deolhonomercado.com.br/marketing/a-nova-criacao-das-agencias-de-publicidade/" target="_blank" rel="noopener">ferramenta de criação</a> de animações e interações em navegadores. Mas seu formato apresentava dificuldades, como não possuir um bom desempenho móvel (em tablets e celulares) e a dependência de plugins. O HTML5 surgiu para conferir mais <a href="http://www.deolhonomercado.com.br/inovacao/aplicativos-a-um-clique/" target="_blank" rel="noopener">dinamismo  e interatividade</a> à performance digital.
<figure id="attachment_2269" aria-describedby="caption-attachment-2269" style="width: 750px" class="wp-caption aligncenter"><a href="http://www.deolhonomercado.com.br/wp-content/uploads/2015/11/RPC-Mudancas-na-web-impactam-negocios.jpg"><img decoding="async" loading="lazy" class="wp-image-2269 size-full" src="http://www.deolhonomercado.com.br/wp-content/uploads/2015/11/RPC-Mudancas-na-web-impactam-negocios-e1447696595739.jpg" alt="Para atender a um universo cada vez mais mobile, mudanças na tecnologia online " width="750" height="500" /></a><figcaption id="caption-attachment-2269" class="wp-caption-text">Mudanças na tecnologia online vieram para atender a um universo cada vez mais mobile</figcaption></figure>
&nbsp;
Entendendo as diferenças
Segundo o coordenador do curso de pós-graduação em Desenvolvimento de Web da UTFPR de Londrina, Thiago Prado de Campos, o Flash foi desenvolvido com o intuito específico de produzir animações que pudessem ser embutidas em páginas da web: “Trata-se, basicamente, de um arquivo que reproduz uma série de quadros que animam objetos definidos. A grosso modo, um filme”. Porém, a ferramenta só pode ser lida e compreendida pelo software plugin Flash, o que dificulta seu desempenho: “Ele não consegue separar e definir o tipo de conteúdo das páginas tão bem como o HTML faz. Assim, elementos criados em Flash não eram indexados pelos buscadores e sites”. O HTML, por sua vez, é um documento de texto que pode ser aberto e lido tanto por seres humanos quanto por softwares, característica que facilita a indexação de conteúdos na internet.
Além disto, a necessidade do plugin para a execução do Flash torna a página de navegação mais lenta, pesada, sujeita a travamentos e com dificuldades de visualização em aparelhos mobile: “O plugin tinha um desempenho considerado ruim pelos projetistas de smartphones, tanto que não foi incluído propositalmente no iOS (sistema usado no iPad e iPhone) por consumir muita bateria”, explica Campos.
Já o  HTML5 engloba uma série de tecnologias virtuais e é composto por dezenas de novos recursos: “Podemos citar alguns, como a inclusão de áudio e vídeo em páginas web com base em arquivos de formato natural para vídeo, detecção de localização do usuário por meio de GPS ou rede celular, interação com outros sensores do dispositivo móvel (orientação, luminosidade, proximidade), aprimoramento na apresentação de conteúdo, desenho de ambientes em 2D ou 3D, para uso principalmente em jogos ou simuladores, suporte a legendas e audiodescrição para conteúdos multimídia, melhorando a acessibilidade”, cita Campos, para quem o HTML5 traz possibilidades que ultrapassam muito as capacidades do Flash.
Como os profissionais estão lidando com esta mudança?
Uma vez que nem todas as tecnologias do HTML5 estão prontas e operando de forma eficaz, o mercado digital encontra-se não só num momento de transição, mas também de dificuldades e desafios, buscando formas de adaptação.
<figure id="attachment_2263" aria-describedby="caption-attachment-2263" style="width: 700px" class="wp-caption aligncenter"><a href="http://www.deolhonomercado.com.br/wp-content/uploads/2015/11/RPC-William-e-Marcio-Gofx.jpg"><img decoding="async" loading="lazy" class="wp-image-2263 size-full" src="http://www.deolhonomercado.com.br/wp-content/uploads/2015/11/RPC-William-e-Marcio-Gofx-e1447695839112.jpg" alt="Os sócios da Gfox, Willian Eduart e Márcio Germano de Andrade, apontam para um aumento de custo na produção de peças e banners para a web" width="700" height="394" /></a><figcaption id="caption-attachment-2263" class="wp-caption-text">Os sócios da Gofx, Willian Eduart e Márcio Germano de Andrade, apontam para um aumento de custo na produção de peças e banners para a web</figcaption></figure>
De acordo com um dos sócios proprietários da Gofx ,Willian Eduart, os profissionais da área estão se ajustando à linguagem do HTML5 e procurando soluções para  uma atuação de qualidade, equivalente à que era apresentada pelo Flash: “A ferramenta já estava há anos no mercado e as pessoas estavam acostumadas com ela. O HTML5 é um processo mais complexo e custoso. Serão necessários alguns anos para que tanto a nova ferramenta quanto os profissionais se adaptem e atinjam o mesmo nível de entrega no qual o Flash estava”.
Márcio Germano de Andrade, sócio e diretor de produção da Gofx, também destaca o tempo excedente utilizado para a produção em HTML5, mas aponta algumas soluções a este processo, como o uso de gifs: “O gif animado é um mecanismo ágil e com custo de produção baixo. É bem mais rápido e simples, porém o resultado é uma animação entre frames estática. Não é uma animação fluida e orgânica”. Uma segunda alternativa é a utilização de conversores que transformam a animação em Flash para HTML5.
Apesar das dificuldades, os sócios concordam que a mudança, ainda que gradual e complexa, terá muito para agregar à publicidade: “No momento, a principal vantagem do HTML5 é a sua mobilidade. A publicidade agora pode atingir todos os canais e plataformas, as peças estão acessíveis em tablets, celulares, computadores, ou seja, vinculadas em todos os meios”, afirma Andrade.
<figure id="attachment_2264" aria-describedby="caption-attachment-2264" style="width: 221px" class="wp-caption alignleft"><a href="http://www.deolhonomercado.com.br/wp-content/uploads/2015/11/RPC-Luis-Guilherme-Mirum.png"><img decoding="async" loading="lazy" class="size-medium wp-image-2264" src="http://www.deolhonomercado.com.br/wp-content/uploads/2015/11/RPC-Luis-Guilherme-Mirum-221x300.png" alt="Luiz Guilherme Nery Martin, motion graphic designer da  Mirum, afirma que a agência apostou na disseminação de informações sobre a nova ferramenta para facilitar a transição" width="221" height="300" /></a><figcaption id="caption-attachment-2264" class="wp-caption-text">Luiz Guilherme Nery Martin, motion graphic designer da  Mirum, afirma que a agência apostou na disseminação de informações sobre a nova ferramenta para facilitar a transição</figcaption></figure>
O motion graphic designer da agência Mirum, Luiz Guilherme Nery Martin, enxerga a mudança com otimismo e vê nela uma oportunidade de reinvenção da publicidade digital: “Estamos vivendo uma adaptação diária na qual vamos ter que reaprender a fazer publicidade para a web. A gente tem que sair do quadradinho que estávamos antes. Agora cada peça é um site, isso abre um leque de possibilidades, podemos fazer muitas coisas, tornar tudo mais <a href="http://www.deolhonomercado.com.br/comportamento/economia-colaborativa-traz-negocios-em-busca-de-um-mundo-melhor/" target="_blank" rel="noopener">interativo e responsivo</a>”, afirma.
Segundo Martin, a agência compreende as dificuldades acarretadas pelo HTML5, mas vê um universo de novas oportunidades e prepara tanto sua equipe quanto seus clientes para essa nova fase da comunicação virtual.

DeOlhoNoMercado, o blog da RPC, Afiliada Globo. Entrevistas e matérias sobre mercado, setores, boas práticas, tendências, comportamento e consumo no Paraná.

Mudanças na tecnologia usada pelo Google Chrome impactaram os negócios online. Empresas e anunciantes precisam se adaptar a um novo formato, o HTML5. Conversamos com profissionais especializados, que nos explicaram um pouco mais sobre o assunto.