<p>De acordo com o levantamento “Todxs? Uma análise da representação na publicidade brasileira”, realizado pela agência paranaense Heads, <strong>a publicidade brasileira continua a usar estereótipos nos comerciais de televisão</strong>. Para o levantamento, a equipe da agência monitorou  7.288 filmes, um trabalho feito por 24 ininterruptas entre os dias 25 e 31 de janeiro. Foram analisadas 2.371 inserções de 30 segundos, 71.130 segundos de publicidade, 198 programas de TV e 202 marcas.</p>
<p>O resultado mostra que as marcas ainda têm dificuldades em pensar &#8220;fora da caixa&#8221; na hora de se venderem e aliarem-se a novos movimentos.  Carla Alzamora, diretora de planejamento da Heads e coordenadora do estudo, exemplifica: “Havia a <a href="http://Precisamos acreditar no nosso potencial de mudança." target="_blank" rel="noopener">expectativa de que os movimentos em prol das mulheres</a> dos últimos anos resultassem em um crescimento de <strong>comerciais capazes de <a href="http://www.deolhonomercado.com.br/marketing/o-dia-internacional-da-mulher-esta-perto-fale-com-elas/" target="_blank" rel="noopener">quebrar esses padrões</a></strong>. Isso não aconteceu. Pelo contrário”, explica.</p>
<p>Confira no infográfico abaixo alguns dados obtidos pelo levantamento.</p>
<p><a href="http://www.deolhonomercado.com.br/wp-content/uploads/2016/04/Infográfico_publicidade_2.jpg"><img decoding="async" loading="lazy" class="alignnone size-full wp-image-4637" src="http://www.deolhonomercado.com.br/wp-content/uploads/2016/04/Infográfico_publicidade_2.jpg" alt="Infográfico_publicidade_2" width="750" height="2603" /></a></p>
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<h2>Propagandas estereotipadas e o Conar</h2>
<p>No ano passado, mais de 50% dos processos <a href="http://www.deolhonomercado.com.br/marketing/por-que-tantas-propagandas-sao-denunciadas-ao-conar/" target="_blank" rel="noopener">instaurados pelo Conar </a>partiram de reclamações feitas pelas consumidores. O setor de medicamentos, cosméticos outros produtos e serviços para saúde concentra 18,3% do total de reclamações feitas pelo público, ocupando o segundo lugar no ranking. Bebidas alcoolicas é outro setor relevante: concentra 16,3%  de reclamações, ficando em 3° lugar.</p>
<p>A grande maioria dos questionamentos, segundo dados do Conar, se refere à “apresentação verdadeira”, ou seja, quando há suspeita de que o comercial não mostre o produto como de fato é ao ser consumido. Em seguida, o critério “respeitabilidade” foi o mais mencionado pelos consumidores na hora de <a href="http://www.deolhonomercado.com.br/marketing/entenda-como-funciona-a-regulamentacao-na-publicidade/" target="_blank" rel="noopener">abrir um processo</a> junto à entidade.</p>
<h3><strong>Mas se há tantas reclamações por que a publicidade ainda não mudou?</strong></h3>
<p>Porque o processo de discriminação, na verdade, não começa – e nem se encerra &#8211; com a publicidade. As mensagens dos <a href="http://www.deolhonomercado.com.br/midia/profissionais-de-midia-falam-sobre-competencias-e-desafios-para-2016/" target="_blank" rel="noopener">comerciais veiculados na televisão</a>, nos conta Carla, existem a partir de uma <strong>construção social coletiva</strong>. Ou seja, a publicidade não age de forma discriminatória isoladamente. “De alguma forma, parte do público que recebe a mensagem estereotipada ainda legitima este discurso, ainda o consome&#8221;, avalia.</p>
<p>No entanto, sem de dar conta, a sociedade ajuda a perpetuar discursos de violência, ainda que seja simbólica. &#8220;Excluir os negros dos comerciais é uma forma de violência , de perpetuar o racismo. A sociedade entende que ao colocar personagens brancos no comercial a mensagem representa toda a sociedade. Mas, quando há negros protagonistas, a fala passa a ser individual”, critica.</p>
<figure id="attachment_4613" aria-describedby="caption-attachment-4613" style="width: 474px" class="wp-caption aligncenter"><a href="http://www.deolhonomercado.com.br/wp-content/uploads/2016/04/RPC-Heads-Carla-Alzamora.jpg"><img decoding="async" loading="lazy" class="wp-image-4613 size-large" src="http://www.deolhonomercado.com.br/wp-content/uploads/2016/04/RPC-Heads-Carla-Alzamora-683x1024.jpg" alt="RPC - Heads - Carla Alzamora" width="474" height="711" /></a><figcaption id="caption-attachment-4613" class="wp-caption-text">“Os comerciais continuam a usar predominantemente estereótipos e se balizam por papéis, profissões ou padrões de beleza. Esse é o lugar comum que a publicidade se encontra. É isso que temos que mudar”, conclui Carla Alzamora.</figcaption></figure>
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<h2>Hora do discurso positivo</h2>
<p>Alzamora acredita que as agências de comunicação também devem atuar para desconstruir estas questões. “Não só propor o discurso positivo, mas trazer a problematização.  Mas, antes, é preciso que essa cultura da inclusão faça parte dos valores das agências. É de dentro para fora”, afirma.</p>
<p>Para Carla, o crescente número de reclamações junto ao Conar demonstra que, ainda que lentamente, o consumidor tem amadurecido. “Agora, eles têm deixado claro quando estão insatisfeitos e tem monitorado muito mais as ações de comunicação das marcas”, explica. Apesar de o setor de bebidas alcoólicas continuar a ser um dos que mais recebem críticas junto ao órgão regulador, por exemplo, há dez anos as críticas eram muito mais numerosas, segundo dados do Conar.</p>
<h2>Carla fala sobre sua experiência e mudança de modelo mental</h2>
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<video class="wp-video-shortcode" id="video-4612-1" width="640" height="360" preload="metadata" controls="controls"><source type="video/mp4" src="http://www.deolhonomercado.com.br/wp-content/uploads/2016/04/CarlaAlzamora.mp4?_=1" /><a href="http://www.deolhonomercado.com.br/wp-content/uploads/2016/04/CarlaAlzamora.mp4">http://www.deolhonomercado.com.br/wp-content/uploads/2016/04/CarlaAlzamora.mp4</a></video></div>
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<p>Vamos juntos no desenvolvimento da publicidade e buscar proximidade com os consumidores.</p>

DeOlhoNoMercado, o blog da RPC, Afiliada Globo. Entrevistas e matérias sobre mercado, setores, boas práticas, tendências, comportamento e consumo no Paraná.

Segundo um levantamento realizado pela agência Heads, a publicidade brasileira segue estereótipos. Confira um infográfico com os principais dados da pesquisa e também a opinião de Carla Alzamora, que conduziu o estudo. Confira, também, dados do Conar.