O ano começou! Apostas e tendências de negócios para 2016
Mais um ano começa - e 2016 deve ser cheio de desafios para empresários, depois de um 2015 que marcou pela instabilidade e incerteza econômica. Especialistas em negócios e administração dão algumas dicas para gerir os negócios neste novo ano. Foco em preços competitivos e relacionamento com o consumidor ajudam a garantir estabilidade.
O ano que chega promete ser desafiador, mas cheio de novas possibilidades! Apesar de o cenário continuar marcado por incertezas, as atitudes e decisões que seguirem pautas realistas e, principalmente, inovadoras, vão encontrar solo fértil para prosperar. Para isso, será crucial que os empresários estejam atentos para reconhecer a que tipos de limitações o mercado em que atuam está submetido e, a partir disso, busquem ações estratégicas para se sobressair.

De acordo com o economista Lucas Dezordi, o primeiro semestre será marcado por estratégias agressivas de preços. Para acelerar o consumo, as empresas disputarão clientes e quem oferecer o melhor desconto sem que isso afete a qualidade do produto ou serviço pode se sair melhor. “As empresas vão precisar enxugar muito bem os custos e ao mesmo tempo terão que aumentar a eficiência operacional. Senão, não conseguirão oferecer preço. E, sem preço, vão perder espaço”, explica Dezordi.
E é aí que entra a criatividade para economizar. Andrea Greca, especialista em tendências, acredita que a hora de conversar com o consumidor deve ser agora, mas não será necessário gastar tanto quanto se pensa. Uma boa sugestão para expandir a comunicação é criar experiências compartilháveis e que puxem o consumidor não só para a compra, mas para oferecer um momento de descontração. Situações simples e gratuitas, mas que causem bons comentários. “Eventos gratuitos que ofereçam algo ao cliente em um espaço aberto, por exemplo. Quando você dá algo ao consumidor, ele se sente valorizado e divulga a marca espontaneamente. O boca a boca será precioso”, afirma.
Marcas que ignorarem os consumidores só porque houve redução de crédito correm sérios riscos quando a crise passar. “É imprescindível que as marcas continuem conversando com os consumidores neste momento em que se tem pouco crédito para gastar. Quando o período estabilizar, o cliente vai lembrar de quem se preocupou em estar com ele neste momento difícil. E vai dar ainda mais atenção a quem se dispor a oferecer a ele experiências novas neste momento”, avalia Greca.
Segmentos de mercado esquecidos voltam à mente do consumidor

Não é novidade que os consumidores estão reavaliando suas despesas e pensando bem aonde investir o dinheiro. Andrea Greca conta que uma tendência bastante curiosa que tem voltado a se manifestar como hábito é o conserto de peças danificadas. Como o brasileiro passou bom período econômico nos últimos anos, as lojas especializadas em consertos praticamente caíram no esquecimento. Mas, agora, com a redução do crédito, este modelo de negócio volta à mente do consumidor. De acordo com Andrea, esta é uma das apostas para o ano que vem. “Para não desembolsar tanto dinheiro, fica mais em conta reformar os produtos bons que temos em casa. E estamos enxergando um crescimento neste segmento de novo”, afirma.
Outra tendência que está se popularizando é a aderência das marcas a causas que combinem com a identidade do negócio. Neste momento, a sociedade tem se posicionado mais abertamente sobre suas ideologias e há uma vontade de se envolver com marcas que não tenham medo se de expor. Além disso, os custos para apoiar e se envolver socialmente são viáveis para quem precisa enxugar custos desnecessários e ainda funciona como boa ferramenta de comunicação. “Não dá para ter medo de posicionar. Isso não significa apoiar qualquer causa, mas se envolver com o que está alinhado ao DNA da marca. E é bem importante para se relacionar com o público”, acredita Andrea Greca.
Pequenas e micro-empresas devem manter contas em dia

Para o consultor de negócios José Hernani Arrym Filho, neste ano será primordial que as pequenas e micro-empresas estejam em dia com a “equação básica do varejo”, ou seja, as contas a pagar devem ser sempre menores do que os estoques mais contas a receber. “Se as práticas internas contrariam esta equação, temos o maior pecado capital das empresas comerciais, do segmento varejista e atacadista”, explica Arrym.
Será importante também que as empresas adotem práticas consistentes de gestão e organização das áreas que lidam com estoque, compras e precificação, já que, no primeiro semestre, a precificação estará regendo o mercado. “Não há mais espaço para improvisar quanto a compras e estoques. O impacto sobre o capital de giro é direto e o custo do dinheiro hoje define a – des – continuidade da empresa”, afirma o consultor. Por isso, explica Arrym, ter na empresa bons softwares que possam controlar estas variáveis pode ser decisivo na hora de controlar gastos.
Quem tiver oportunidades para inovar, seja oferecendo produtos e serviços diferenciados ou mesmo mudando processos, deve arriscar. “Para inovar mesmo sendo pequena empresa, o caminho a seguir será fazer ‘inovação aberta’, por exemplo. Isto é, alianças com universidades, ICTs, fornecedores ou até concorrentes, para desenvolver novos produtos, serviços ou processos, bem como para aperfeiçoá-los continuamente”, enfatiza o consultor.
Para o economista Lucas Dezordi, os empresários precisarão avaliar o negócio em duas frentes: como está o mercado em que se está atuando e como é possível melhorar custos. Uma boa dica para empresários dependentes do mercado doméstico é buscar conexões com processos de exportação. “Não precisa necessariamente exportar, mas buscar participar da cadeia indiretamente. É uma forma de não se ver tão preso a um único mercado”, finaliza.
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